Segundo a assessora, se o Vaticano II apontou o caminho do diálogo, o processo Sinodal encontra nele (diálogo) seu fundamento para a aproximação de demandas estruturais e humanas mais complexas. Por isso, esse é o elemento marcante de sua metodologia que pressupõe a participação de todos os agentes eclesiais.
Destacou, ainda, que o diálogo nos leva a opções eclesiológicas. Entre as várias eclesiologias precisamos escolher as que mais se aproximam do Evangelho. Neste sentido, o Papa Francisco retoma e concretiza a agenda do Vaticano II, especialmente a eclesiologia “Povo de Deus”, convocando para o seguimento à Pessoa de Jesus Cristo, o “Nazareno, nos pobres, humildes e pequenos”, como expressa o Hino da Itepa Faculdades.
Buscando elementos de sinodalidade na análise da caminhada do Papa Francisco, Alzirinha percorreu historicamente sua trajetória, remarcando pontos de sua formação e de sua práxis eclesial. Jorge Mario Bergoglio viveu a sinodalidade ao longo da vida, organizando seu pensamento através da reflexão da Teologia do Povo, representada pelo teólogo Scannone. Sua práxis foi marcada por postura firme frente à ditadura militar argentina enquanto Provincial dos Jesuítas e como Bispo Auxiliar de Buenos Aires e Presidente da Conferência Episcopal Argentina, sua atuação no Sínodo de 2001 e na Conferência de Aparecida.
A avaliação eclesial do Cardeal Bergoglio e sua proposta eclesiológica, durante o conclave, tiveram impacto sob os cardeais. Eleito papa, buscou levar adiante o que fora sugerido no conclave: centralidade no Evangelho/Jesus Cristo; ir às periferias; perigo da autorreferecialidade. Elementos que ele expressará de forma sistemática na Exortação Apostólica Evangelli Gaudium, que desde a perspectiva da Teologia constitui o programa de Francisco com temas que desdobrarão nos documentos posteriores, que aliados a seus gestos configuram sua opção eclesial para a condução da Igreja neste momento da história.
Por fim, a professora Alzirinha citou alguns pontos que surgiram no debate da Assembleia Sinodal de Outubro 23, que permanecem como desafios de aprofundamento pela Teologia como determinante colaboradora do debate sinodal: 1) o que se entende e como se vive a sinodalidade; 2) a eclesiologia Povo de Deus; 3) o conceito de Tradição; 4) o cuidado para não confundir doutrina e fé com normas e disciplinas; 5) a ordenação de homens casados na Igreja de rito latino, bem como a colaboração efetiva dos padres-casados; 6) a ordenação e diaconato feminino; 8) as relações de poder; 9) a participação do Povo de Deus na escolha dos presbíteros e bispos.
Em segundo momento, os participantes formaram Grupos de trabalho, para refletirem sobre quais passos precisamos dar na Itepa Faculdades para crescer no espírito sinodal e na participação na sala de aula, na reflexão, na ação evangelizadora… Após o plenário, a professora fez alguns aprofundamentos, entre eles: a característica Pneumatológica na Igreja, sobre o qual se apoia especialmente o processo Sinodal; e finalmente, lembrou que esse processo não é um fim em si, mas que deverá deixar de ser uma “evento pontual” para à luz de nossa mudança de consciência e por assumirmos uma nova forma de ser e nos relacionarmos como Povo de Deus, deverá tornar-se um “acontecimento perene” na história da Igreja. Sinodalidade doravante, será considerada não como um modo de fazer, mas como um modo identitário de ser cristãos e cristãs. Assim, o Sínodo não será apenas um evento, mas um acontecimento que se expressará numa consciência sinodal que vai se tornando perene.
Na reunião do Colegiado Superior foram apresentadas projeções para o próximo ano em relação aos cursos de Bacharelado em Teologia, Pós-graduação e de Extensões. Comentou-se sobre os Grupos de Pesquisa, Monitoria, cronograma das aulas, calendário letivo, publicações, Revista Teopráxis, apresentação dos TCC´s, reuniões da Coordenação Pedagógica, Guia do Estudante 2024, previsão orçamentária, Daitepa, CPA, Aula de Abertura do Ano Letivo, Aula Inaugural, reforma do Estatuto e do Regimento.
O Colegiado Superior se reúne de forma ordinária uma vez ao ano, é a instância máxima da Itepa Faculdades e é composto pela Diretoria Executiva, Conselho Diretor, Coordenação Pedagógica, Representante da Mantida, Corpo Docente, um representante do Corpo Discente de cada turma do curso de Bacharelado, coordenador do Diretório Acadêmico, coordenador da Revista e um representante dos funcionários. O encontro de 2024 aconteceu na terça-feira, 5 de dezembro, iniciando com uma oração, coordenada pelos representantes das turmas, sobre o tema do Sínodo 2021-2024 – Por uma Igreja Sinodal – comunhão – participação – missão.
Fonte: https://itepa.com.br/2023/12/06/colegiado-superior-sinodalidade-do-evento-ao-acontecimento/
