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Sal da terra e luz do mundo

            O Evangelho deste domingo (Mateus
5,13-16) é a continuação das bem-aventuranças que são retrato fiel de Jesus
Cristo e referência permanente para todos os seguidores e discípulos dele.  O que é ser cristão? Através de três
parábolas ou provérbios Jesus mostra alguns elementos do ser cristão: ser sal
da terra, luz do mundo e brilhar do alto para todos. As três imagens convergem
na mesma direção de que os cristãos servem os outros, de que os cristãos são
uma presença suave e forte no mundo. Não passam despercebidos, eles são luz e
sal como o próprio Cristo, pois, por onde passava coisas boas iam acontecendo.

            A primeira imagem usada por Jesus é
o sal. É preciso dar sabor à vida dos homens. É a primeira das imagens à qual
Jesus recorre para definir a identidade de seu discípulo. O sal faz parte do
cotidiano da vida, empregado amplamente para dar sabor aos alimentos. Antes do
aparecimento da geladeira e do freezer era praticamente o único meio para
preservar os alimentos. Portanto, convivemos com sal e sabemos da sua
utilidade.

            O rico simbolismo do sal ajuda a
compreender a missão do seguidor de Jesus na sociedade. O sal é protagonista na
culinária e a sua presença discreta na comida não é detectada; mas sua ausência
logo é percebida. O sal se dissolve totalmente nos alimentos e deixa o seu
sabor. É uma bela maneira de expressar a tarefa do cristão no mundo: ser sal da
terra, sal humilde, derretido, saboroso. Atua de dentro, não se nota, mas que é
indispensável. Jesus questiona: “Se o sal se tornar insosso, com que
salgaremos?” Quimicamente parece que é impossível o sal não salgar. Com este
questionamento, Jesus alerta os discípulos que não há meio termo, se é ou não
se é discípulo.

            A segunda imagem usada por Jesus é a
luz que ilumina o mundo. Torna-se a segunda característica do discípulo. A
primeira página da Bíblia começa dizendo que a criação começa com a ordem:
“haja luz” (Gn 1,3). A luz é um elemento vital para os seres vivos, somente
raras espécies sobrevivem na escuridão no fundo do oceano. Também não basta ter
olhos perfeitos, se não há luz, não se vê nada.

O
simbolismo da luz perpassa toda Escritura até chegar à plena luz, Jesus Cristo.
“Eu sou a luz do mundo. Quem me segue, não caminha da escuridão, mas terá a luz
da vida” (João 8,12). O cristão iluminado por Cristo se converte em luz. Vai
refletir a luz recebida, assim como a lua reflete a luz do sol.

Os
outros textos bíblicos da liturgia dominical aprofundam a compreensão do ser
cristão como sal terra e luz do mundo. A fé professada e celebrada expressa-se
em vivência moral, em atenção amorosa ao próximo. O profeta Isaías 58,7-10
ensina sobre a dimensão da atenção aos necessitados e indigentes, da partilha
do pão e da roupa. “Então, brilhará a tua luz como a aurora e tua saúde há de
recuperar-se mais depressa”. Também exorta: “Se destruíres teus instrumento de
opressão, e deixares os hábitos autoritários e a linguagem maldosa (…)
nascerá nas trevas a tua luz e tua vida será como o meio-dia”. O salmo 111/112
reza: “Feliz o homem caridoso e prestativo, que resolve seus negócios com
justiça. Porque jamais vacilará o homem reto, sua lembrança permanece
eternamente!”

São
Paulo na 1ª Carta ao Coríntios 2,1-5 lembra para que o cristão seja sal da
terra e luz do mundo “a vossa fé se baseasse no poder de Deus, e não na
sabedoria dos homens”, mas seja uma demonstração do “poder do Espírito”. A vida
cristã e suas obras não podem ser comparadas com os métodos eficientes do
mercado e da indústria. O cristão produz seus frutos na medida em que reconhece
suas fraquezas e confia em Deus. São Paulo testemunha: “não julguei saber coisa
alguma, a não ser Jesus Cristo, e este, crucificado”.

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